COMUNICADO AO AMIGO DO FONTES

•12 abril, 2010 • Deixe um comentário

Caros Amigos,

O FONTES DA FICÇÃO está passando por uma grande reformulação e nossos leitores já devem ter notado que o sitenão vem tendo atualizações, justamente por causa dessas reformulações. Em Breve teremos muitas surpresas, mas por enquanto, as atualizações serão um pouco mais espaçadas. Contamos com a compreensão de todos!

A ADMINISTRAÇAO

FELIZ 2010!!!

•31 dezembro, 2009 • Deixe um comentário

Nós do FONTES DA FICÇÃO, desejamos a todos os leitores que têm nos acompanhado, assim como a nossos colaboradores, um excelente 2010, repleto de sonhos, conquistas, realizações e muita criatividade.

No ano que se inicia, teremos muitas novidades para vocês, aqui no FONTES DA FICÇÃO.

São os votos de:

Nelson Magrini, J. Modesto e James Andrade.

AVATAR

•31 dezembro, 2009 • 3 Comentários

Em 1995 o diretor James Cameron (Titanic e Terminator) começou a escrever um roteiro para o filme Avatar, mas na época era tecnicamente impossível realizar o filme da maneira como ele imaginava, então o projeto foi engavetado.

Com o avanço da tecnologia nas produções cinematográficas, Cameron retomou o projeto em 2005, reescrevendo o roteiro e iniciado uma longa jornada para produzir uma obra inesquecível para a sétima arte.

A trama de Avatar se passa no século XXII, na incrível lua de Pandora, onde vive o povo azul dos Na’vi, uma raça mais primitiva do que os humanos mas dotados de grande sabedoria. Apesar dos Na’vi serem uma raça pacífica, tornam-se incríveis guerreiros quando necessário.

O personagem principal é Jake Sully, fuzileiro que vive em uma cadeira de rodas, devido a uma paralisia que adquiriu em combate, após ser ferido gravemente. Jake é levado a lua de Pandora juntamente com um grupo de pesquisa em bioengenharia e acaba fazendo parte de um projeto chamado Avatar, onde os humanos projetam suas consciências para corpos híbridos humanos-Na’vi e tornam-se praticamente seres desse povo. Pandora é rica em um minério que interessa muito os visitantes e Jake é infiltrado entre os Na’vi para coletar informações.

Ao ter sua consciência transportada para um desses corpos híbridos, Jake se vê fisicamente perfeito, sem a paralisia que o atormentava há a algum tempo. É nessa nova condição e vivendo entre os Na’vi, que Jake se apaixona por Neytiri. Uma trama repleta de ação, aventura e emoção aguardam os espectadores de Avatar.

A produção do filme foi feita utilizando avançadas técnicas 3D, CGI e câmeras especiais que levaram quase uma década para serem desenvolvidas. E o resultado é impressionante. Mesmo sendo feito para ser assistido em um cinema 3D, Avatar empolga e enche os olhos mesmo quando assistido nos cinemas tradicionais. O mundo de Pandora criado por Cameron é realmente fantástico e as imagens impressionam. As plantas, o céu e todo o ambiente de Pandora parecem ter sido feitos cuidadosamente um a um e depois reunidos em um grande espetáculo visual.

Mas nem só de tecnologia vive uma grande obra do cinema. A história de Avatar é muito interessante, o mundo de Pandora é cheio de detalhes e o elenco dá um show à parte. Sam Warthington, que interpreta Jake Sully dá uma verdadeira aula de versatilidade, saindo-se muito bem tanto como o humano paralítico quanto como um Na’vi, em perfeitas condições físicas. A interprete de Neytiri, Zoe Saldana também incorpora uma verdadeira Na’vi e traz uma personagem interessantíssima para a trama e finalmente Stephen Lang que interpreta o Coronel Quaritch, que entra para o time dos melhores vilões do cinema.

James Cameron gastou quase 500 milhões de dólares para produzir Avatar, entre produção, tecnologia e ações de marketing e agora vê sua obra tornando-se mais um grande marco do cinema.

Compre sua pipoca, acomode-se em seu acento e prepare-se para uma jornada incrível ao mundo de Pandora … e até o próximo mês!

O Livro Negro dos Segredos

•12 dezembro, 2009 • Deixe um comentário

 

    TITULO: O Livro Negro dos Segredos 

    AUTOR:  F. E.  Higgins

    EDITORA: Record

    ISBN 978-85-01-08153-7 

Autora 

F E Higgins, nascida em Londres, mudou-se para a Irlanda aos 7 anos. Após terminar a Universidade de Dublin, voltou à Inglaterra, onde reside em uma casa do século XV.

O Livro negro dos segredos é sua primeira obra, seguida por “The Bone Magician” e “The Eyeball Collector” ainda sem tradução. 

A Obra 

     Fugindo de um terrível passado, um menino chamado Ludlow Fitch chega na calada da noite a um remoto vilarejo. O menino está prestes a descobrir que essa pacata vila pode oferecer tudo o que ele precisa: um lugar seguro para viver, amigos e um emprego, como assistente de um simpático e misterioso penhorista, Joe Zabbidou, que também chegou há pouco ali e que troca segredos e não bens por dinheiro.  A vila, chamada Pagus Parvus, esconde segredos que ninguém poderia imaginar… E o penhorista está disposto a pagar muito bem por eles. Joe delega a Ludlow a tarefa de registrar as mais perturbadoras confissões dos aldeões em um velho volume encadernado em couro: O livro negro dos segredos. Roubo de cadáveres, saques, assassinato. A população de Pagus Parvus tem muito a esconder.

     De onde será que vem esse dinheiro? Afinal o penhorista paga pelos segredos, mas sempre garante a seus cliente que não os venderá  e que os mesmos podem retirá-los pelo valor que receberam. Embora Ludlow queira acreditar em seu novo mentor, o mistério que Joe insiste em fazer em volta do motivo desses registros e sua recusa a interferir nas histórias pessoais ouvidas durante as madrugadas só levanta mais suspeitas no jovem aprendiz.

     E o que tem a ver com a história a existência da rã? Qual o motivo que a mesma é tratada com tanta deferência? Mas o que o enigmático penhorista não sabe é que, nesta cidade assombrada por seus próprios mistérios, quem guarda o segredo mais terrível de todos é o próprio Ludlow.

      Em uma história cheia de enigmas e segredos assombrosos e até mesmo um romance inocente e adolescente, F. E. Higgins constrói um vilarejo ao mesmo tempo perturbador e intrigante, que consegue captar a atenção do leitor irremediavelmente.

     Ao mesclar Harry Potter, Sandman, Lemony Snicket e Neil Gaiman, Higgins cria um mistério único e inovador, que vai agradar leitores corajosos de todas as idades. 

  Até o Próximo Mês com mais uma Dica de Leitura!

TRUE BLOOD

•28 novembro, 2009 • 3 Comentários

Alguns dizem que os vampiros estão “na moda”, outros acreditam que eles nunca estiveram fora dela. O fato é que entre uma ou outra porcaria que a indústria do entretenimento produz, obras muito interessantes surgem para deliciar os fãs mais exigentes das criaturas da noite. Uma dessas obras é a série True Blood.

Produzida pela HBO (Roma e Mandrake) True Blood foi criada por Alan Ball, o mesmo da série Six Feet Under e é inspirada na série de livros Sookie Stackhouse da escritora Charlaine Harris.

A história gira em torno dos vampiros, que devido a descoberta da bebida Tru Blood, que na verdade é sangue sintético, criado em laboratório, revelam sua existência para o mundo e tentam uma convivência pacífica com os humanos.

A personagem principal da série é Sookie Stackhouse (interpretada por Anna Paquin, a Vampira de X-Men), garçonete do agitado bar Merlotte’s, na pequena cidade de Bom Temps, Lousiana. Sookie não é uma humana qualquer. Ela possui  a capacidade de ler pensamentos e isso causa alguns problemas em certas ocasiões e claro, ajuda em outras.

A primeira temporada faz uma apresentação dos personagens e do cenário de True Blood aos telespectadores, como de costume na maioria das séries. A idéia principal na temporada de estréia gira em torno de um serial killer, que mata algumas mulheres que tiveram relações com os vampiros, apelidadas por alguns habitantes de ”fode-presas”.

Ao mesmo tempo, surge na cidade o vampiro Bill Compton que logo se apaixona por Sookie, que corresponde aos sentimentos dele. Bill desperta o interesse de Sookie quando a garota descobre que não consegue ouvir os seus pensamentos e isso gera, além da curiosidade, uma oportunidade de ter uma relação “normal” com alguém.

Entre a primeira e a segunda temporada somos apresentados a outros vampiros poderosos, metamorfos e demônios de lendas antigas. Destaque para o vampiro Godric, um ancião com mais de 2000 anos de idade, que em uma cena espetacular se entrega a morte indo de encontro ao sol. Outro vampiro de destaque é Eric, o xerife dos vampiros naquela região. Eric foi transformado em vampiro a cerca de mil anos por Godric e alguns episódios da segunda temporada mostram a forte ligação entre o vampiro e seu criador.

Outro ponto interessante, já na segunda temporada, é o surgimento da Irmandade do Sol, uma espécie de igreja que luta contra os vampiros. A tal irmandade é liderada por um casal um tanto quanto fanático, que em certo momento da série cobra uma “pequena” taxa de quem quiser se juntar a suas fileiras contra os vampiros. (isso lembra alguma coisa??)

A série trás um elenco muito bom e dosa na medida certa humor, suspense e sexo (sim, muitas cenas de sexo são apresentadas em True Blood, mas nada agressivo ou desnecessário). E para deixar a série ainda mais interessante, a abertura criada com cenas bizarras ao som de Bad Things, de Jace Everett é um convite ao entretenimento da melhor qualidade.

 

Aguardamos ansiosos pela terceira temporada e até o mês que vem.

MOSTRA BOOKTRAILER

•21 novembro, 2009 • Deixe um comentário

Primeiro festival de booktrailer acontece em dezembro na Livraria Cultura

Quatorze escritores estarão reunidos na Livraria Cultura do Shopping Market Place, no dia 05 de dezembro, para a primeira mostra de trailers de livros da América Latina. O festival visa à descoberta de novas tendências do mercado editorial e, também, à divulgação de livros nacionais.  

05 de dezembro de 2009, São Paulo.

Depois do e-book e do áudio-book, um novo conceito surge no mundo literário. Recentemente, o crescimento do booktrailer teve tal visibilidade que, em vista disso, começa a ser considerado como um novo movimento artístico.

Buscando a experimentação de novas possibilidades, a Livraria Cultura, juntamente com escritores brasileiros, organiza o I Festival de Booktrailers da América Latina. Tal festival tem como ponto de partida a exploração do conceito de booktrailer e sua possibilidade artística na contemporaneidade de valorização às experiências sinestésicas.

O booktrailer, ou trailer de livro, tem a função de apresentar um lançamento literário e, até mesmo, de criar o ambiente emocional que a leitura do livro proporcionará. A ausência de padrões e a infinita possibilidade criativa para a realização dos vídeos tornam o evento muito mais interessante do que uma simples exposição.

O festival é gratuito e aberto para todas as idades. Terá espaço no auditório da Livraria Cultura (unidade Market Place), das 14 às 18 horas, no dia 05 de dezembro de 2009. Sobre os gêneros literários apresentados, serão eles ficção científica, fantasia, romance, policial, suspense/terror, chick-lit (literatura feminina), documentários e contos.

Ainda que seja arte experimental, o booktrailer possui grande potencial e, principalmente, a possibilidade de se tornar etapa essencial para o lançamento de um livro.

Em se tratando de um novo movimento artístico, é indispensável seu estudo e sua exposição para que, futuramente, o booktrailer venha a se firmar como objeto de expressão para novos artistas, editoras, escritores e, principalmente, para facilitar a escolha do leitor na hora da compra.

Escritores participantes:

Giulia Moon, Kizzy Ysatis, Nelson Magrini, Andrea Andrade, João Carrascoza, Claudia Lubrano, Leandro Reis, Francisco Slade, Felipe Colbert, Kamila Denlescki, José Oliveira, Rober A. Pinheiro, J. Modesto, Thales Guaracy. 

 

ENCONTRO FONTES DA FICÇÃO

•14 novembro, 2009 • Deixe um comentário

PRODVAMPIRNo mês de lançamento do filme Lua Nova, da série Crepúsculo, e sendo o nosso último encontro de 2009, o tema a ser abordado, não poderia ser outro que não VAMPIROS. Para isso, os autores Nelson Magrini, J. Modesto e James Andrade, convidaram para participar do ENCONTRO FONTES DA FICÇÃO, o Lord A. Em nosso encontro, será discutida a produção cultural vampírica, que é de fascínio para muitos grupos culturais e sociais.

Venham participar e compartilhar suas opiniões, no mesmo ambiente descontraído de sempre, em um bate papo que aproxima e envolve autores, leitores e demais participantes e admiradores dos mais diversos segmentos culturais. Para maiores detalhes, acesse a página Encontro Fontes da Ficção

O VAMPIRO DA ESCADARIA, de Lord A

•7 novembro, 2009 • 3 Comentários

ESCADARIASÃO PAULO, quando (ainda) era da garôa…

Eu era menina, ainda trabalhava nos lugares de jogador lá do centro. Limpava as latrinas, servia bebida pros perdidos e pros desandados da vida. Depois tinha que voltar rápido na noite pro casebre onde morava com meus irmãos, o papai e a mamãe. Dava medo andar no vale do centro de madrugada, por que lá era lugar de coisa ruim e de sortilégio. Saía do botequim,  andava no meio dos prédios escuros, descia a ladeira e tinha que subir uma escadaria de mármore para sair do outro lado do vale. Valia-me da minha fé e dos meus santos.

Lembro que tinha um flautista que tocava no final da escadaria, muito tempo atrás. Tempo de garoa, quando o vale era escuro e lugar de coisa ruim como falava o caboclo matuto. Tocava sua flauta, tocava triste, mas tocava bonito e muitos daqui e de lá vinham ouvir sua música. Vinham as moças-dama que não eram prendadas, gente sabida do centro e até do Brás. Ele tocava de noite, meia noite, hora de ronda e hora de magia da última sexta-feira do mês.

Ele descia a escadaria de terno branco, lírio em flor. Vinha quando já era noite, noite bonita. E embaixo dos arcos, tocava para quem quisesse ouvir. Os meninos da rua, que vadiavam por ali e dormiam em qualquer canto que fosse canto, falavam que seus olhos eram cor da prata. Cor de lua cheia. Seu rosto ninguém via não, era como lua negra, lua escura. Era o que falavam quando a gente servia a sobra das comidas para ele no beco dos fundos do botequim.

Eu via gente bonita que corria dos quatro cantos para ouvir o flautista da escadaria tocar. Cães silenciavam seus berros e vinham ali pastorear. Os gatos vinham da kalunga menor, do meio da consolação atraídos pela melodia. Ficavam ali, deitados no mármore ouvindo. Tinha um gato preto, grande e gordo, que ficava ali sentado na estátua de ferro, tomando conta de todos, só na vigília. Eu saudava sua força, sabe! Parecia chefe de todos os gatos!

Naquela madrugada só veio uma moça, bonita e de escarlate, ver o flautista tocar. Era faceira, o escarlate de seu vestido parecia ruborosa rosa de cruzeiro já em flor. Pele marmórea que parecia deusa de além dos mares e olhar de fogo, escondido sobre o cacheado negro dos cabelos.

Terminado o tocador, ela o chamou. Baixou ventania forte na escadaria que apagou os tocheiros. Os meninos correram que nem os cães na noite. Uns eram cãezinhos espertos e foram respeitadores. No breu só ouvi um guinchado pavoroso:  Issiiiiisssssssssss… Isssssssiiiiiiissssssssss… E som de vigorosas asas negras encouradas bateram e bateram, abanando toda poeira, todos os males,  todo chororô…

Quando passou a confusão e eu acordei só vi os gatos seguindo o gato preto de volta pra Kalunga menor da Consolação. Nunca mais vi flautista lá e nem moça faceira de escarlate. Bateram asas e voaram dali, voltaram pra banda de lá. Noite de última sexta-feira do mês, quando passo lá, acendo vela preta e olho para copeira das árvores. Dali do breu, sinto que sou olhada de volta, então sei que está tudo em paz.

Uma noite uns rapazes ricos e sabidos, todos embriagados tentaram me pegar lá perto da escadaria, quando eu ia de volta pro casebre da minha família. Eles queriam fazer malvadeza com eu. Eles me seguraram e me tiraram do chão…As copas das árvores perto da escadaria balançaram forte. Daí veio um guinchado pavoroso, coisa de morto, coisa do lado de lá… e eu cai no chão.

Quando acordei era de manhã cedo, seu delegado tava lá, todo de preto com todo seus policiais, só vi a carroça com os corpos dos rapazes estraçalhados, tudo sem cabeça e os corpo aberto. Os homem sabido falavam que os corpo tava tudo sem sangue e as cabeça tavam tudo amarrada nos galhos das árvores. Delegado perguntou seu eu sabia de algo, e falei que não sabia de nada e me mandei. Só vi as pétalas de rosa vermelha no final da escadaria.

Vez por outra na madrugada da última sexta-feira, gente que é sabida e gente que não é, passa lá e também acende vela preta e vermelha lá na escadaria. Uns que podem mais deixam vinho do bom lá. As moças perdidas deixam rosa vermelha e badulaques delas nos cantinho dos degraus perto das velas. Todos eles fazem conversador lá, falam baixinho e cochicham…Uns até chamam de “compadre” quando falam…Eu só sei que acendo minha vela, faço meu agradecedor e subo a escadaria logo. Ali é lugar de povo que sai voando na lua cheia e faz o que a gente não faz aqui não. Lá longe ouço os cães vadios e os meninos correndo junto no breu do vale. E tem o “Seu gato preto” que fica lá convidando e recebendo as prendas, deitado, esparramado no mármore da mureta enluarada…

fotoLordASobre o Autor: Lord A é Dj, Ilustrador, Promotor de eventos Vamps & Goths e conferencista escrevendo para sites como http://www.vampyrismo.org, http://www.redevamp.com e http://www.tribosdegaia.org. Em noites de lua cheia é um dos apresentadores do programa de rádio Vox Vampyrica (www.voxvampyrica.com). No começo dos anos 00´s participou ativamente da primeira geração do grupo Tinta Rubra como contista e às vezes como poeta – teve seus trabalhos publicados em alguns sites da época e agora retoma um pouco desta arte… Aprecia ler obras de Coleridge, Byron (de onde empresta seu “Lord”), Álvares de Azevedo, Borges, Kerouac, Neruda, Satre, Poppy Z. Brite, Anne Rice, Robert Graves, Kereny, Gaiman, Campbell, Paglia e tantos outros…

Contato: djlord_a@yahoo.com.br

DIÁRIOS DO VAMPIRO (TRILOGIA)

•31 outubro, 2009 • Deixe um comentário

FontesLiterat

imagemTítulo: DIÁRIOS DO VAMPIRO

 

Autora: L.J. SMTH

 

ISBN:978-85-01-08615-0 
 
 Editora: RECORD (Selo GALERA) 

 

 

A Autora 

Lisa Jane Smith é uma autora americana que mora na Califórnia, seus sucessos valeram-lhe diversos prêmios e não importa quão sombria seja a obra, seus livros sempre possuem um final feliz, desde que primeiro você passe pelas TREVAS. 

A Obra 

Uma Trilogia escrita em 1991 (posteriormente a autora escreveu um quarto livro lançado em 1992), esse livro que pode ter sido a fonte  inspiradora de outros recentes sucessos, confesso, deixou a desejar… Não sei se por uma tradução nada emocionante ou falta de conteúdo do texto original. 

Transformado em seriado esperemos que a série seja melhor que o livro, se bem que suas continuações  podem suprir a carência inicial, ou seja, precisamos esperar pra ver. 

Durante a Renascença Italiana, dois irmãos, Damon e Stefan Salvatore apaixonaram-se por uma jovem e bela vampira chamada Katherine.  Mesmo o coração de Katherine sendo grande o bastante para amar aos dois, cada um tentava fazê-la sua exclusivamente. A luta por sua afeição levou à morte eventual de Katherine, o que deixou os irmãos de coração partido, imortais e para sempre rivais. 

Séculos depois, Damon e Stefan Slavatore  estão destinados a repetir a traição que os levou ao vampirismo. Eles chegam a uma pequena cidade chamada Fall’s Church, Virgínia onde seus caminhos se cruzam com Elena Gilbert, uma bela e popular garota do colegial que se parece muito com Katherine… 

Uma autora que explorou algo parecido foi Nazareth Fonseca, autora brasileira e que digo, surpreendeu ao explorar a rixa entre dois vampiros e uma mortal. 

Rossana

 

Outra deixa da mesma obra é Crepúsculo, tão aclamado pela mídia e que sinceramente explorou muito melhor o amor adolescente e vampiresco entre imortal e mortal.

 

A PROLE DE ULPIA, de Albarus Andreos

•24 outubro, 2009 • Deixe um comentário

prole ulpia     Risadas ecoavam sob o cobertor anelado de fumaça de ópio. As lâmpadas de azeite borbotavam a atmosfera amarelada e disfarçada de sombras com seu odor doce por entre trapos imundos que pendiam das laterais dos catres e canapés. No meio do salão, patrícios e escravos, homens e mulheres, entrelaçavam-se animados pela luxúria. Almofadas de seda e tecidos levantinos formavam camadas uns sobre os outros. O som das cítaras embriagava os ouvidos num repetido conjunto de acordes multicoloridos. Havia ainda o aroma da comida assada, os odores de suor e vinho misturados. Braços e pernas nuas movendo-se, iniciando entrelaçamentos íntimos. Aqui e ali, nos reservados, viam-se quadris agitados e os sussurros já se transformavam em expirações fortes e gemidos elevando-se em gritos satisfeitos dentre risos e gargalhadas temperadas a álcool. Os fedores do vômito e da urina das retretes de um cômodo contíguo vinham como tentáculos sinuosos levitando até narinas mais sensíveis

     Num dos reservados, divididos do resto do ambiente por cortinas efêmeras de gaze egípcia, um par de olhos observava a tudo com deleite. Estava acompanhado por duas jovens escravas galesas que lhe massageavam o corpo com óleo e lhe davam o cachimbo de haxixe persa à boca. Um escravo lhe trouxe então uma vasilha que depositou sobre a mesa. Sua expressão era de apreensão.

     — Conforme seu pedido, dominus.

     — Saia. — Ordenou a voz do amo.

     — Tem certeza que não quer que os leve direto para a cozinha, eles são perigosos.

     — Não vou comê-los, idiota. Agora saia.

     — Si… Sim, dominus.

     O escravo se retirou, com os olhos baixos.

     —O que é isso? — Quis saber uma das prostitutas, a mais jovem, de cabelos vermelhos, olhando melhor agora o jarro de vidro transparente em cujo interior se via um par de conchas alongadas de coloração ocre cobertas de manchas claras.

     —São cones. — disse-lhe o jovem senhor a quem prestava serviços àquela noite. — Em seu interior possuem um molusco especial, vindo das águas do Mar da Ásia.

     —Posso pegá-los? — ela riu.

     —Os olhos do homem se estreitaram. Ele sorriu também. — Sim! Pegue-os, como queira.

     A moça riu com seus olhos pesados e submissos. Seu rosto estava relaxado numa mente repleta de borboletas que se dissolviam sobre pedras preciosas rebrilhantes. Ela então começou a enfiar a mão na água. O molusco expeliu de uma cavidade uma longa prosbócide tubular que aguardava a aproximação da mão.

     A outra escrava, já quase nua dentre poucas vestes parecia ressonar, a cabeça oscilando devagar de um lado para o outro. Seu belo rosto de ninfa tinha um lânguido sorriso e era emoldurado de cabelos negros desgrenhados. Os olhos esmeralda entreabriram-se então para tentar ver os tais bichos dentro da água salgada.

     —Deixe-as ir, Glauco.

     Os dentes do jovem amo se arreganhassem num esgar selvagem que, por um instante, assustou mesmo as escravas de mentes embriagadas.

     —Ave, Décio Trianus, filho de meu pai! — A expressão do jovem suavizou-se ao perceber o cheiro familiar do homem diante dele. Tinha o rosto coberto pela sombra de um capuz largo de uma capa de viagem presa aos ombros.

     —Você me assustou, mas chegou em boa hora. Sente-se irmão. Tire a capa. Dividirei minhas mulheres contigo, como nos velhos tempos! E, veja o que tenho para esta noite: cones! Custaram-me…

     — Guarde sua droga para outro momento, irmão. Os homens de Radamanto estão vindo atrás de ti.

     O lábio inferior de Glauco tremeu.

     — Ora, irmão, deixe estes assuntos comezinhos para depois. Veja! Uma ferroada destes moluscos e viajaremos nas asas de pégaso… As ervas dos humanos não podem mais me libertar o espírito, preciso de drogas cada vez mais fortes, pois estamos cada dia mais fortes! Consegue sentir? Serpentes e escorpiões já não surtem os efeitos de antes.

     —Este lixo que usa não me apetece, você sabe. A picada teria matado a escrava. Ela estaria se contorcendo feito uma barata de cabeça esmagada, neste momento.

     —Por que tanta importância à cabeça de uma barata, irmão? É que tive a idéia de beber o sangue dela depois do veneno estar fluindo por suas veias, ao invés de tomar eu próprio a aguilhoada do bicho.

     As moças foram então dispensadas com um gesto para se servirem de outros homens à sua vontade, dentre o tumulto ritmado do meio da sala.

     —Não quer mesmo se sentar? Você está preocupado, Décio. Qual o problema?

     — Você se alimentou no território de nosso anfitrião. E estava prestes a fazê-lo ainda mais uma vez? Você é um idiota, Glauco!

     —Não seja tão rigoroso comigo, irmão. Estava enjoado de coelhos e cães… Apenas seguia meus… instintos.

     Os olhos de Décio estreitaram-se e um ruído de animal ecoou cheio de fúria em sua garganta, mas conteve sua ira olhando ainda os olhos de seu irmão sob as sombras do capuz que lhe cobria a cabeça. — Ulpia foi bem claro conosco quando saímos de Sérdica, Glauco! Não devemos caçar em território alheio, você sabe! Foi o que ele instituiu dentre os ulperates há dez anos. Cada colegiado preserva seu lugar, conforme a lei, e César nos deixa livres para viver ao nosso modo. Desrespeite a norma e teremos uma guerra aberta entre os colegiados se as próprias legiões de Roma não vierem atrás de nós.

     —Você teme a ira de Trajano? Esse… estrangeiro que…

     —Trajano nasceu em Hispania, que é parte do império romano… Eles vão arrancar sua cabeça, seu imbecil!

     — Trajano não é um imperador romano. É o que quero dizer. E eu não sou humano e desprezo as unções dos humanos por outros humanos, seja em nome de Juno ou de Hades! Deixe-os virem, irmão!

     Décio rosnou e levantou a mão, cheio de ódio. Seus dentes rebrilharam sob o capuz, arreganhados em selvagem demonstração de poder.  Um golpe seu faria seu irmão atravessar a parede até o outro lado do prédio, mas estava em local público e o pai havia proibido os ulperates de se fazerem notar tão explicitamente. Devia se concentrar no assunto que o trouxera ali.

     —Agora Radamanto é nosso inimigo, Glauco. Ele irá matá-lo. Até hoje fiz tudo que podia por você, mas chega!

     —Do que está falando irmão? Ele não nos oferece ameaça. Já nos…

     —Você estará sozinho desta vez. Estou de partida.

     Glauco levantou-se olhando para os lados, com um tremor no estômago. —E vai para onde?

     —Para a Dácia. Há uma guerra a ser vencida por lá.

     Glauco observou seu irmão partir. Ele ajudaria o império, mas deixaria o irmão resolver os próprios problemas. Que fosse embora! Décio era um homem de guerra, filho de Marte, nascido para caçar homens que pudessem se defender com uma espada e não servas indefesas inebriadas pelo haxixe. Glauco recolheu-se então em sua dor e chorou enquanto mergulhava a mão dentro do vaso de vidro e suas dores psíquicas eram substituídas pelo entorpecimento mental das aguilhoadas dos perigosos moluscos, matadores de homens. Seu veneno o deixaria entorpecido e poderia descansar um pouco de sua torpe existência.

****

     Faltava pouco para o amanhecer. Nunca compreendera por que a luz do dia lhe fazia tanto mal. Ainda era suportável, embora conjecturasse que chegaria um dia em que ela queimaria até às cinzas. Ela se tornava mais e mais causticante quanto mais aumentava seu poder, quanto mais vítimas obtinha, quanto mais discípulos sua nova raça fazia e mais ampla se tornava a nova casta criada por Ulpia, pai de Marco Ulpio NervaTrajano, imperador de Roma. Por conseguinte os ulperates eram, no mínimo, iguais a Trajano, que seu irmão seguia como a um servo. Glauco cuspiu de lado.

     Cruzou o mosaico em frente o anfiteatro construído por Nero. Trançava ainda as pernas como os homens que bebem demais, efeitos ainda da droga dos moluscos. Estava faminto. O sangue era a única bebida que o alimentava e desfrutar seu prazer era cada vez mais divino.

     —Glaucus Trianus?

     Glauco se virou. Diante dele havia um vagabundo vestido com uma capa rota. No pescoço trazia um cordão com o pingente de um peixe.

     —Você é um dos seguidores do crucificado? — a voz mal se articulava na boca do vampiro, como o bêbado que se apresentava. Seus olhos embaçados e a mente oscilando como uma galé no mar Tirreno. — Adoro sangue de cristãos!

     Os dentes de Glauco se arreganharam para o bote, mas uma pancada fortíssima veio-lhe pelas costas. “O vagabundo não deveria estar sozinho” pensou, antes de desfalecer.

****

     Acordou sem conseguir saber quanto tempo havia dormido. Diante dele havia uma miríade de homens vestidos como bons e ricos patrícios. Ao lado, três ou quatro fortes escravos cobertos de suor e sangue. Radamanto, o trácio, era o que estava diante dele. Segurava uma faca afiada.

     —Aqui finalmente encontro-me, eu ante Radamanto, tal qual Enéias quando de sua viagem com a Sibila pelos caminhos do inferno — balbuciou o vampiro, com a voz pastosa. Seu rosto estava coberto por hematomas, as costelas quebradas assim como os dedos de suas mãos. Não se lembrava de quando isso havia ocorrido, mas sentiu a dor deste suplício de imediato, ao abrir os olhos. Isso, lhe dava um prazer incerto, por lembrá-lo ainda vivo, tal qual as aguilhoadas venenosas dos cones do mar haviam feito na noite anterior. E de imediato as feridas começaram a se cicatrizar e os ossos a se juntar, como acontecia inexplicavelmente aos que eram como ele, seres da nova raça. As dores das cicatrizações eram intensas mas, a cada uma, o alívio recompensava de imediato. Sentia prazer então. Ouviu rosnados familiares vindos daqui e dali.

     —Sim, o inferno. É onde está exatamente neste momento. — disse-lhe o oponente.

     Glauco tentou livrar as mãos, mas nem com sua prodigiosa força conseguiu. Grilhões de aço prendiam seus braços numa coluna de enorme espessura sob o teto do templo de Minerva.

     —Você desrespeitou minha autoridade em minha cidade. Você morrerá por isso. Que a deusa da sabedoria dê a ti o conhecimento de teus crimes, Glauco Trianus, e que Cérbero estraçalhe tua alma maldita.

     Glauco pensou em chorar novamente… Não soube discernir o que lhe acometia. A dor e o som da faca indo e vindo em sua carne, machucando e lacerando os músculos do pescoço, os tendões se rompendo, a espinha sendo separada pela lâmina. Quase sem sangue derramado. Um quê de caldo negro e denso, apenas.

     —Quando terminar, incinere a cabeça, para que nunca mais viva,

     A dor e o prazer se prolongaram por intermináveis instantes, até que a luz se apagou.

     Para sempre.    
 Foto Albarus
 Sobre o Autor –  Albarus Andreos é Bacharel em Ciências, formado pela UNIMAR. Engenheiro mecânico pela UNESP, pós-graduado em Língua Portuguesa Voltada Para a Formação de Leitores nos Diferentes Lugares da Leitura pela UNIMEP. Autor do conto A MENINA ELFA da antologia ANNO DOMINI, MANUSCRITOS MEDIEVAIS pela Editora Andross (São Paulo, 2008). Um dos cinco premiados no concurso Moby Dick da Editora Cosac Naif em 2008; vencedor do IV Concurso de Contos da UNIMEP, 2008, tendo outros dois contos classificados em quarto e quinto lugares. Autor de A FOME DE ÍBUS – LIVRO DO DENTES-DE-SABRE, 2009, pela Giz Editorial.